terça-feira, 30 de abril de 2013

57 horas

Algumas mentes administrativas centram seus argumentos em números, como se eles, números, fossem garantia de alguma coisa, de um bem-estar eterno, de um controle automático e “científico” do mundo circundante. No esporte bretão (também conhecido como futebol, pedibola, ludopédio, bolapé, podosfera ou balípodo), não é diferente. Hoje, há estatísticas para tudo: quanto tempo o perna-de-pau ficou com a bola durante o jogo, quantos passes errados deu durante os 32 minutos e 49 segundos em que esteve em campo, quantos golos marcou na última temporada etc. Esses dados importantíssimos são repetidos ad nauseam nas transmissões hodiernas, mormente naquelas da principal transmissora do País, detentora, no futebol, de direitos que nem mesmo o maior dos senhores sonhou ter sobre seus escravos no tempo em que havia escravidão involuntária (hoje, voluntária). (Para adentrar o tema dos princípios da Comunicação Social, recomendo a leitura dos artigos 221 e 223 da Constituição).
Ora, se o analista de futebol que baseia seus argumentos em números é, como diriam meus avós, “um chato de galochas”, não há porque não sê-lo eu próprio apenas uma vez, já que, em geral, brindo meus leitores com textos agradabilíssimos... Falemos, portanto, desse fetiche dos cidadãos anais de todo o mundo: os números. Mas não em seu sentido primeiro, pitagórico. Fiquemos no nível instrumental, isto é, no nível utilitarista e raso com que as animálias das estatísticas ludopédicas, em geral mentes rasas, tanto se comprazem. Pausa para a ciência:
“As características essenciais do Transtorno Obsessivo-Compulsivo são obsessões ou compulsões recorrentes suficientemente graves a ponto de consumirem tempo (i. é, consomem mais de uma hora por dia) ou causarem sofrimento acentuado ou prejuízo significativo. Em algum ponto durante o curso do transtorno, o indivíduo reconhece que as obsessões ou compulsões são excessivas ou irracionais. (...) No curso do transtorno, após repetidos fracassos em resistir às obsessões ou compulsões, o indivíduo pode ceder a elas, não mais experimentar um desejo de resistir, e incorporá-las em suas rotinas diárias.” (DSM-IV, 300.3. Cortesia: Clínica Psiquiátrica Dr. Parvalho). 
Vejamos, primeiramente, no principal certame do balípodo nacional, e, mais especificamente, no que diz respeito ao Internacional, os efeitos dos números sobre o clube em si e sobre seus torcedores (a análise que farei, não obstante, serviria a qualquer clube da Primeira Divisão). O primeiro número que salta aos olhos de qualquer criança é o que dá título a este pôsto (versão portuguesa para o inglês “post”. O circunflexo é essencial para caracterizar o caráter substantivo do termo, em oposição ao indicativo do verbo postar, “posto”, cujo primeiro “o” é aberto. Ver Reforma de 1943, que ainda sigo em alguns aspectos). Refiro-me ao número 57. Ora, como já dissemos, qualquer débil mental percebe que esse número deriva do simples ato de multiplicar 90 (número de minutos de um jogo) por 38 (número de rodadas do Campeonato Brasileiro), que totaliza 3420, número total de minutos em campo de qualquer clube no citado campeonato, e que, convertido em horas, transforma-se em 57 (3420/60). 
Certamente, dirão alguns, para um cálculo mais abrangente, seria necessário computar também os 570 minutos de intervalo, ou 9,5 horas, decorrentes dos habituais 15 minutos que separam a primeira da segunda etapa no esporte podosférico (15 x 38 = 570; 570/60 = 9,5). Assim, além das 57 horas em campo, teríamos outras 9,5 horas de intervalo ao longo do ano. Não satisfeito com isso, algum discípulo de Chatotorix poderia aduzir: “E os minutos de desconto ao final do jogo? Você não vai computar os minutos de desconto no seu cálculo?”. Cedamos, em nome da ciência, a essa criatura, acrescentando ao cálculo os 3 minutos em geral concedidos pelo árbitro ao final do segundo tempo: 3 x 38 = 114. Pelo bem da aritmética, arredondemos esse número para 120, ou duas horas. Chegamos, então, a um novo número: 57 + 9,5 + 2 = 68,5 (arrendondemos para o sagrado 69). Considerando, por fim, que, para o torcedor, haja um dispêndio mínimo de pelo menos uma hora por jogo com o pré e o pós-peleia, percebemos que o envolvimento com o clube passa de 69 para 107 horas (69 + 38) anuais. Frisemos que esses números valem apenas para o torcedor que assiste a todos os jogos de maneira razoavelmente comedida. Em se tratando de torcedores obsessivos, o número deve chegar tranqüilamente a 200 horas. Sejamos, porém, modestos, e voltemos às 57 horas iniciais, para resumir e fechar o texto.
68,5 = (temos-todo-o-tempo-do-mundo X demorô-já-é)
Todo colorado que acompanha o Brasileirão dedica ao clube – no mínimo, ao ano – 57 horas de sua vida, tempo em que o Internacional permanece em campo para disputar o título da Primeira Divisão. O clube, por sua vez, precisa entender, de uma vez por todas, que todo o esforço feito interna, administrativa e desportivamente por seus comandantes e comandados reduz-se a essas 57 horas em campo. Nessa mísera fração de tempo anual (lembremo-nos de que em geral dormimos 2920 horas por ano [365 x 8]), o clube pode passar do nada que se instaurou em 1979 ao título de campeão em 2013 (o mesmo que nos foi surrupiado à mão-grande e de maneira discreta, respectivamente em 2005 e 2009). Não queremos ratos no comando da embarcação alvirrubra. Chega de desculpas esfarrapadas! Luigi, Dunga e Paulo Paixão, resolvam esta pendenga.

Imperativamente,

CdP, 
Conselheiro perpétuo
Ilustração: Henze Saci

domingo, 28 de abril de 2013

Inter 1 x 0 Veranópolis — Semifinal da Taça Farroupilha

PÓS-PELEIA:

Estamos na final contra o Jumentude domingo que vem (por razões estratégicas, é provável que seja transferida pra Lajeado ou Novo Hamburgo). Vencendo, sagramo-nos campeões do Gauchonga.

Diante dum bom público contra o Vecanópolis, o chutebol de cada tempo foi o antípoda do outro. Depois duma metade de primeiro tempo amassando o adversário, com várias chances que consagraram o arqueiro e um belo gol de Uílians aos 25' — que acabou sendo o único da partida e decretou a mudança da dinâmica de jogo (diminuição do ritmo no Inter e desretrancamento no Vec) — passamos a etapa complementar sem criar praticamente nada e ainda conseguimos a proeza de tomar pressão mesmo com um a mais desde os 18'.

Dungo ficou possesso à beira do gramado — seja com a arbitragem, seja com o time — que quase se esqueceu do direito de fazer alterações: fora Aírtu, que foi compulsoriamente substituído pelo Ygor após tomar um tranco ainda no 1ºt, mexeu no time apenas aos 46', com Caius rendendo Furlã, a uma altura em que valeu mais pra matar tempo do que pra qualquer outra coisa. Na coletiva, ainda mostrava-se um tanto alterado. (Ata: aqui.)

Enfim, o time do Inter parece meio funambulista, isto é, precisa aparentar naturalidade ao caminhar na corda bamba, coisa que fica tanto mais difícil quanto mais se desconcentra e perde o domínio da situação.

A semana será puxada, sem margens pra adiamentos: amanhã mesmo o grupo embarca rumo a Recife, onde fará o jogo de ida contra o Santacruz pela 2ª. fase da CoBra. Dale continua suspenso, mas Damien teve comutada a pena; Aírtu será avaliado.
Parece fácil
PRÉ-PELEIA:

Chegou a hora do confronto no Centenário contra o time da Princesa dos Vales.

Há três semanas (7/4), os titulares de Dungo sofreram a única derrota da temporada. Foi fora de casa, sendo que o ataque estava desfalcado do Damien (selecinha), além dos então lesionados Djozymar e Moleds (falando em "lesionados", o sítio colorado ontem mencionou como desfalques Datlo e Djiuberto — se isso não é eufemismo pra escanteados...).

Vamos a campo com: Murriéu; Gabriéu, Moleds, Ruã e Farbício; Aírtu, Uílians, Frédi e Dale; Furlã e Damien. Pelo lado do Julinho Rolha-de-Poço, Anderson Luís (LE) e Escobar (volante) cumprem suspensão, enquanto Márcio Reis é dúvida; desse modo, Itaqui vai pra lateral, Túlio & Saulo comandam a volância, e Valdo & Lê compõe o ataque.

Levo fé que vamos despachar os visitantes no tempo regulamentar. O adversário da final foi definido ontem à noite também em Caxias: após empate em 1 a 1, o Jumentude matou o Imorrível no 6º penalzito, desencadeando toda sorte Teorias Desculpatórias (vulgo lambeção de ferida) na Gazelezândia (a cargo da Rébis & cia).
Taça Pharoh Pylia à vista

sábado, 27 de abril de 2013

O Futebol Sete

Prof. Eleutheryo Planaldus
Ortografia, enxugamento, linques, notas, figuras: Henze Saci 

Talvez muitos aqui sejam adeptos do Futebol Sete (assim chamado no Rio Grande, berço da modalidade e da 1ª Federação), Social (termo surgido do fato de a prática ocorrer em clubes recreativos, sendo portando considerada elitista), ou Suíço, ou de Areia. Depois, chegada a popularidade e com ela a idéia de internacionalizar essa versão do ludopédio, adotou-se a língua franca: Society, também aportuguesado como Soçaite [N. do Trad.: não raro pronunciado com deboche pelo povo: "Soçáááiti"]. No entanto, a Federação Gaúcha reservou-se o direito de continuar utilizando o nome original. Em contrapartida, o resto do mundo não pôde ver-se livre do 7 (algarismo que a Numerologia carrega de simbolismo), de modo que acabou ficando Football 7 Society, contemplando gregos e troianos. A propósito, foi no estabelecimento dum comerciante grego em Livramento (cujo nome se perdeu na poeira do tempo), a Casa Grécia, que ocorreu a fundamental reunião que criou uma comissão destinada a estabelecer as regras da modalidade; corria o ano de 1968. Mas não vou delongar-me nesses importantes pormenores de ordem histórica. 
Minha intenção é tecer associações simbólicas e arquetípicas. Nesse sentido, tomo o 7 apenas de modo introdutório: a tradição esotérica o considera como o "número perfeito"; simboliza ele a união do corpo e da alma, da matéria e do espírito, representada geometricamente por um triângulo (a trindade divina) com um quadrado (os 4 elementos) e geologicamente pela Montanha, onde soem subir os místicos e alpinistas imbuídos da vontade de unir o humano ao divino. Albrecht Dürer, em sua famosa gravura Melancolia (1514), fez constar um Quadrado Mágico cujas somas (horizontais, verticais e diagonais) dão sempre 34, ou seja, noves fora (3 + 4) igual a 7.
No coração da montanha jaz a riqueza mineral, ou ainda subjaz o magma que a transforma em vulcão; ao derredor, florestas. Nas florestas e montanhas, viviam (e ainda vivem!) os gnomos, os elfos [N. do Trad.: em alemão, Elf também significa onze, sendo que um time de futebol é referido como die Elf, "os onze", remetendo die Elfen, "os elfos"; e o pênalti é Elfmeter, pois a marca da cal fica a 11 m da linha de gol] e os duendes — tais como os nibelungos e os 7 anões — criaturas adaptadas ao escuro, habitantes das cavernas, excelentes na forja e na mineração, artífices e guardiães, tanto benévolos como malévolos. Segundo especulações espeleológicas, bem antes de se tornarem enfeites de jardim e motivos de tatuagem, tinham lá seus jogos e entretenimentos. Um deles consistia em, formando duas equipas, disputar uma gema (trabalhada com maestria), ou mesmo uma trufa (daquelas que os restaurantes de luxo pagam uma fortuna pra disponibilizar a seus mais seletos clientes), quem sabe uma batata, enfim, algo que rolasse à base de chutes, e tentar tocá-la pra dentro da cavidade duma árvore providencialmente oca. No Brasil, o Saci e o Curupira não deixam de ser também uma variação desses espíritos da natureza denominados duendes [N. do Trad.: q.v. acima o respectivo linque].
Qualquer semelhança rudimentar com o ludopédio tal como hoje o conhecemos não terá sido mera coincidência — pelo contrário! E há fortes razões pra crermos que as equipas tinham sete integrantes cada. Afinal, por que os irmãos Grimm estipularam em sete o número dos anões, mineradores de diamante atrás de sete montanhas, os quais acolheram a perseguida Branca de Neve? E essa casinha deles, por sinal, não a desenham os miúdos fazendo um quadrado e colocando um triângulo à guisa de telhado? Dada a necessidade de organização, bem como o acanhamento da floresta e das galerias, sete se mostrou um número ideal de atividade em equipa, seja pra mineração, seja pro lazer.
No caso deste último, quando transportado aos campinhos de jardim, onde costuma não haver espaço pra muita gente, as crianças — eis a fase em que todos fomos anões! — não cansam de pintar o sete coletivamente jogando bola, amiúde sob a supervisão de gnomos e outras pequenas criaturas. Também na areia à guisa de campinho encontram terreno fértil à diversão, assim como os adultos; não à toa o Futebol Sete era jogado sobre terreno "praiano", muito antes da adoção do relvado sintético [N. do Trad.: o Brêmio Náutico Gaúcho foi o 1º clube da Capital a possuir um campo de areia pra esse fim, em meados da década de 1960, segundo a FGF7].
São sete os sábios da Grécia Antiga (onde os meninos começavam os estudos aos 7 anos), bem como os deuses originais do Egito, as maravilhas da Antigüidade, os pecados capitais, as virtudes cardeais, os dias da semana, etc. Em suma, o Futebol Sete tem raízes na Grécia Antiga, sendo depois cultivado pelas pequenas criaturas da Floresta Negra e arredores. [Nt. do Trad.: outros esportes com times de 7 são o Handebol, o Pólo Aquático, o Rúgbi de 7, o Quadribol, e o Frisbee Football.]

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ecce hebdomada

Ecce semannaccvs heddomada (ou septimana)
Por Gamarro Django
— O Presidente me mandou um SMS...
QARTTVS MERCVRII DIES
animal do dia: CABRITO
Dirigente do Inter está no Chile para contratar Brian Rodriguez, centroavante do Huachipato --- inventa publica o tablóide Rébi$.
Brian Rodriguez em ação
QYNTTVS IOVIS DIES
animal do dia: PATO-DE-RINHA
Depois de empate com o cu-na-mão, Pofexô dá vexame e apanha e Brêmio classifica-se como penúltimo colocado para pegar o Santa Fé, em Bogotá. No primeiro jogo jogarão sem Zeroberto, com a volta de Cris e talvez sem Elano.
Te arranca, pavão!
SEXTTVS VENERIS DIES
animal do dia: CABRITO (de novo)
Brian Rodriguez, quem? --- dirigentes colorados dão risada. --- Estrangeiro, ainda por cima --- repetem, antes de cair na gargalhada...
E vocês acreditaram?!?! Rá!
SABBATTVS SATURNI DIES
animal do dia: JUMENTU
Jumentude abre as pernas com facilidade para não dificultar o mando de campo da matriz na semifinal e classifica-se com saldo mínimo.
___________________ [legenda personalizada]
DOMINNICANNVS SOLIS DIES
animal do dia: CÃO
Colorado vence time com 12 em campo e classifica-se para pegar a Rolha-de-Poço-Gazélica nas semis. Dungo avisa Dátlo que do jeito que tá ele vai sobrar e o deixa fora do banco. Dátlo assiste o jogo dos camarotes e vibra muito como time.
— É mansinho?
SECCVNTTINNVS LVNAE DIES
animal do dia: GAZELA
Tablóide anti-guerrilha Rébi$ inventa publica reportagem especial sobre a crise no vestiário colorado que deixou Dátlo fora do banco. Dátlo é destaque em treinamento do Inter.
Livre, leve e solta (contrariando a lei da gravidade...)
TERSSVS MARTIS DIES
animal do dia: LA-PULGA-ANÃ-MANCA-DA-CATALUNHA
Rébi$ inventa publica que Brêmio usa o Regional apenas como testes para a Libertadores. Brêmio faz pressão na Comebola para mudar data de jogo da Libertadores visando final de turno do Regional. Na Europa a enciclopédia ludopédica Barça toma de 4 dos alemão da Bayern e ganham aspirina. Cronistas decretam o FIM-DE-UMA-ERA!!!
La Pulga y Die Laus
QARTTVS MERCVRII DIES
animal do dia: SACI-CURUPIRA
Os alemão metem mais 4 nos espanhol. Cronistas suicidam-se. GURIZADA COLORADA do sub-20 mete o Gremixo no Olimpinico --- nosso salão-de-festas --- mais uma vez. DAMIEN é o único que se salva na Selecinha.
Álbum Em busca do tempo perdido (raridade)
QYNTTVS IOVIS DIES
não haverá expediente nesse dia
Escola Matutista
SEXTTVS VENERIS DIES
animal do dia: BURRO-DE-CARGA
Preparativos.
Assessor ministerial no batente
SABBATTVS SATURNI DIES
animal do dia: GAZELA-DA-SERRA
18h30 - Jumentude vs. Brêmio. Local: Sinuquera do Ministro. Com direito a Churrasco, Matutobier de Barrica da Hollanda, vulgo Barril da Estrela-Vermelha (BEV) e, claro, Sinuquera e Secação!
Sinuquera Ministerial
DOMINNICANNVS SOLIS DIES
animal do dia: CÃO
16h - COLORADO vs. Rolha-de-Poço-Gazelina.
Essas alemãs...

terça-feira, 23 de abril de 2013

Futebol e pensamento mágico

Por Ciffero de Parvalho

Há clara distinção entre pensar racionalmente e pensar magicamente. Quem conhece os motivos pelos quais Luiz Felipe Scolari foi de novo alçado ao cargo de técnico do escrete nacional sabe que o pensamento mágico tomou as rédeas da situação: a vitória em 2014 seria magicamente decorrente da conquista de 2002.
A mágica da cartolagem [bônus #1 do Henze]
Na esteira desse pensamento, tenho ouvido “pérolas”. Há pouco, circulando pela nossa Capital, tive de tomar um táxi na Rodoviária, rumo ao Salgado Filho. Eis que o motorista do veículo perguntou-me: “O senhor gostaria de ir pela Farrapos ou pela Castelo Branco?”. Disse-lhe eu: “Vamos pela Castelo Branco”. Recebida a autorização para fazer a corrida mais longa, notei além do sorriso de lucro no rosto do rapaz, uma felicidade incontida ao passar em frente da Arena Playmobil — felicidade que se materializou nas seguintes palavras: “Aqui está o estádio da Seleção...”. Respondi-lhe de pronto: “...Que não ganha nada há anos, por sinal”. E assim ficamos, por alguns instantes, sob a luz da ambiguidade de minha frase, que, como a dele, tanto valia para a Seleção Brasileira quanto para o time do bairro Humaitá. A seguir, por uma questão de urbanidade — esse rebento da civilização —, falamos um pouco de nossos times, eu apontando os pontos fracos do meu, e ele, os pontos fracos do dele...
O Batatal Humaitá e a Copa [bônus #2]
A frase do taxista ingressa naturalmente naquilo que chamamos de “senso comum” (aliás, os taxistas são de fato portadores da prerrogativa de falarem o óbvio. Não que sejam burros; é que criar altercação com o cliente não é algo inteligente). O “senso comum”, todavia, muitas vezes repugna ao pensamento mais elaborado. Chamar a equipe do pijama de três cores de “Seleção” beira o rídiculo... Essa frase, jocosa, segundo a qual, com a ascensão de Scolari ao comando, também ascenderiam à titularidade do selecionado nacional os jogadores de seu gosto imediato (isto é, em tese, jogadores gaúchos, ou de estilo gaúcho, preferencialmente os de seu clube do coração), reflete, ademais, não só o pensamento mágico, mas certo revanchismo, qual seja, o relativo à natural exclusão a que nós, gaúchos, somos submetidos quando o assunto é futebol. Sobre o tema, basta evocar duas entidades, CBF e Globo, as quais de fato primam pela manutenção de um estado de coisas favorável, em grande medida, ao futebol do centro do País, especialmente Rio e São Paulo.
CBF & Globo Ltda.: RJ + SP = Brasil [bônus #3]
Assim, o gaúcho, ao ver Felipão no comando, sente-se menos lesado. Sente-se, digamos, partícipe do imbróglio, pois o técnico passo-fundense goza de muito mais representatividade do que seu antecessor. Felipão, por sua vez, também não se faz de rogado e, apostando fundo no populismo, convoca, mais do que ninguém, jogadores de sua terra. O pensamento mágico, destarte, tanto vai como vem: povo e treinador alimentam-se mutuamente com generosas porções de magia. A última novidade desse cardápio foi a convocação de Moledo. Sobre isso, falo eu, a seguir, na condição de colorado.
O passo é fundo... [bônus #4]
 Ora, Moledo não está pronto ainda para a seleção. Acho-o um zagueiro promissor, mas que ainda não atingiu aquela condição de segurança esperada de um beque (para sentidos secundários desse termo, consultar meu amigo Henze, versado em cigarros e assemelhados). Não posso abdicar da minha racionalidade e, repentinamente, aplaudir sua mágica convocação. Pelo contrário, lamento-a, tanto mais que, no clube, o zagueiro fará falta, assim como fazem Forlán e Damião. Não temos recursos, não temos “gordura a queimar”. Todos os nossos jogadores são essenciais, sejam eles bons ou apenas razoáveis. Nossa reposição não é confiável.
Cane Nabis, vulgo Cannabis, o cão de Nabis (rei de Esparta, c. 200 a.C.) [bônus #5]
Em resumo, sou, hoje, em escala caseira, contrário à convocação de Moledo. Prognosticamente, e em escala nacional, antevejo a derrocada de nosso ludopédio em momento e local anterior ao Maracanã, esse reduto paquidérmico daquele que já foi o melhor futebol do mundo. 

Lucidamente,
CdP

sábado, 20 de abril de 2013

(Inter 2 X 1 Lajeadense) + O Segredo de Scheila


PÓS-PELEIA
De virada, somos semifinalistas. Começamos bem, jogando rápido, o foda foi termos levado aquele gol trouxa aos 12' (a zaga ficou pregada, enquanto o goleiro facilitou na pequena área), evento esse que mudou de figura o andamento da partida decisiva. Pois daí o amplo favoritismo se fez pressão contra nós próprios: opa, tomamos gol! e o relógio está correndo!!!  Ou seja, o que tinha tudo pra não ser fácil, de chofre ficou difícil e complicado. Tínhamos de virar, isto é, de empatar em vez de levar o segundo, pra então buscarmos a virada. E o primeiro tempo terminou sem que o placar se alterasse.
Banda Chavoth em vez da narração rebística (i.e. secadora)
Pros 45min finais de tudo ou nada, voltamos determinados e com a tal "postura" redefinida. Logo de cara, mal chegando aos 3', Ruã devolveu o gol de cabeça do zagueiro adversário, também de falta em "jogada ensaiada" (Furlã alçou). E continuamos mais do que nunca mandando na partida. O gol da classificação veio aos 21', quando de novo Ruã pegou rebote da cabeceada do Moleds em escanteio do Furlã... Como empate levaria pros penais, qualquer relaxamento poderia custar caro, não dava pra deixar o outro se assanhar. Jogando pra frente, comandados pela maestria do Dale, empurramos o Lajeadense pro seu campo e poderíamos ter feito o terceiro. Dungo só mexeu após os 40', com Caius no lugar de Furlã e depois Mourisca no de Damien (esta substituição nem vi). E o último lance foi um escanteio cedido por nós e cuja bola Murriéu abraçou com sofreguidão.
Sonhando com os peitinhos acobreados de Cleópatra...
Ata: aqui.

P.S.: Após empate sem gols no Vermelhão da Serra, o  Rolhanopoçópolis faturou o Paçofúncio nos penais (4 x 2) e é nosso adversário do próximo domingo.


PRÉ-PELEIA
A semana ludopédica demorou a passar. Pouquíssimas notícias movimentaram a pauta colorada: Kiko, nomeado embaixador da Copa, recebeu camisa do seu cover Djozymar; gatinha de 16 envergou a faixa de musa colorada do Gauchonga; Parmera tentou abduzir a Odalisca (Dungo vetou); Rébis & cia. quarta lançou factóide sobre o interesse repentino do Inter pelo centroavante do adversário de quinta das gazelas, negado pelo vice Merdeiros na sexta; STJD condenou Dale absurdamente a 2 jogos de suspensão por ter sido expulso ao sofrer agressão na partida contra o Rio Branco (o elemento Testinha ficou livre); Moleds reconhecido com uma convocação-surpresa da selecinha; concluiu-se a 1ª torre de circulação; aplicaram injeçã contra gripe na gurizada da base; e foi só. Tudo meio no marasmo aparente. Nada obstante, a semana da turma do Dungo foi de treinos com vistas ao enfrentamento contra o Lajeadense (vulgo Chinelageadense) em jogo único pelas quartas-de-final do Trombone Pharaoh Pylia, um time que no 1º turno impôs uma derrota à nossa formação reserva.

Neste reencontro decisivo, a conversa é outra: vamos jogar "em casa" (Centenário lotado, torcida convocada a "dé reá") e de titulares (Grabriéu é desfalque)Vuaden comanda a arbitragemDomingo passado goleamos o Jumentude contra tudo e contra todos, deu raiva e gosto de ver. Agora é mantermos a pegada pra passar pelo time do Alto Taquari e daí encarar Vec ou Paçofundo. É preciso pensar jogo a jogo, sem esquecer que vencendo três mata-matas liquidamos a fatura do Estadual. 
Arbitragem a cargo da gangue The Pharaohs (in: "American Graffiti")

EXTRA-PELEIA
No último posto do Djamarro, observei que tinham passado uma borracha no rabo da donzela debruçada sobre o rádio e daí compartilhei a reminiscência duma foto da "morena do Tchan!" Scheila Carvalho (sobrinha de nosso ex-presidente Fernalho Carvando) na Pleiboi em que ela foi capa há anos... Pois bem, fiz uma busca em meu acervo de entulhos e logrei localizar o exemplar (friso que guardo apenas 3 edições dessa revista, todas da mesma época). A bem de incentivar tanto o apuro do poder de observação como o senso-crítico entre os prezados habitués, e ainda movido pelo mote de que "recordar é viver", procedi ao escaneamento da página em questão:
Scheila "Sem-Cu" Carvalho arrebitou-se (Playboy de fevereiro de 1998)
Notai bem a ausência do orifício. Será uma anomalia congênita, ou produto de plástica?

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Elementar

ou Como escrever um posto sem precisar ter assunto saco*
* saco obviamente no sentido figurado.

AVISO: É recomendável não prosseguir a leitura (queira aguardar o próximo posto).

Na real, assunto sempre tem: pega-se qualquer mote mais ou menos correlacionado à temática e manda ver na Arte de Encher Lingüiça (me recuso a escrever "linguiça"). Basta ter disposição. Ahã, mas na falta desta, como arranjá-la? Quem sabe um aditivo químico? Bá, se o bagual está meio na seqüela (trema!) ou indisPosto, esse subterfúgio nem dá pé. Mas enfim, momentos há em que tudo que o cara quiser dizer parece de antemão chover no molhado. Daí o melhor seria calar, nada proferir, que "o silêncio é de ouro" etc. Como isso não vem ao caso, talvez o melhor seja contar uma piada (ou preferem que eu fale da minha coleção esquecida de fitas K7? leia-se "cassette", i.e. "escrínio", "boceta"). É o momento de o Setor de Assuntos Aleatórios consultar a Central de Piadas na minha fatigada cachola. Veio logo a resposta, a princípio pouco original: pois a Central, tendo feito uma consulta ao Departamento de Memória Difusa, foi instruída a procurar o verbete piada na Wikipeida e dali retirar uma que obteve o 2º lugar numa pesquisa feita por uma universidade britânica. Ei-la:

A dedução de Watson

Sherlock Holmes e o doutor Watson vão acampar. Após um bom jantar e uma garrafa de vinho, entram nos sacos-de-dormir e caem no sono. Algumas horas depois, Holmes acorda e sacode o amigo. "— Watson, olhe para o céu estrelado. O que você deduz disso?". Depois de ponderar um pouco, Watson diz: "— Bem, astronomicamente, estimo que existam milhões de galáxias e potencialmente bilhões de planetas. Astrologicamente, posso dizer que Saturno está em Câncer. Teologicamente, eu creio que Deus e o universo são infinitos. Também dá para supor, pela posição das estrelas, que são cerca de 3h15 da madrugada… O que você me diz, Holmes?". Sherlock responde: "— Elementar, meu caro Watson. Roubaram a nossa barraca!"
Um Estudo em Vermelho (ou em Escalate), primeira aventura do Sherlock
Sem adentrar no mérito das características desses célebres personagens (que aliás mal conheço), detendo-me apenas na piada, presumo que o sobressaltado ou sonolento Watson nem atinou processar a pegadinha à queima-roupa de Holmes, por isso acabou lascando uma série ilações alheias ao fato que saltava à vista. Da mesma forma, o leitor é ludibriado a ponto de deter-se na perspicácia de Watson, pra então também ser surpreendido pelo veredito de efeito chistoso. Porque, embora acampar remeta a barraca armada, a menção dos sacos-camas isenta-nos de necessariamente pensar nela: a dupla poderia ter resolvido dormir ao ar livre. Seja como for, não é justo dizermos:  — Mas é um moscão esse doutor! Afinal, ele responde estritamente ao que lhe foi perguntado, e poderia até ter treplicado algo como: "— Elementar, é? E de quem foi a idéia de dormir fora da barraca?"Tampouco, embora verossímil, posso afirmar com certeza que Holmes quis sofisticamente distrair o parceiro antes de dar o veredito — isto é, já tinha percebido o roubo quando acordou o outro — em vez de apenas ter querido ganhar tempo ele mesmo pra inteirar-se do ocorrido. O interessante é que o contratempo proporcionou um momento de contemplação da abobada celeste.

Trio Nordestino - Cochilou cachimbo cai

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Ecce Dungo

Por Gamarro  Django
— Presidente, o Dungo fica?
Os noventa dias de experiência do Dungo se encerraram e ele não foi demitido. O homem telefonou para si, de fixo em salas anexas, para confirmar o que já sabia, pois participara da reunião da Comissão de Assuntos Extraordinariamente Supérfluos (CÃES) nas pessoas do presidente, do interlocutor, do estafeta e do copeiro (serviu o cafezinho).
— O Dungo fica!
Passado o tempo de experiência previsto na CLT (será que foi por isso que o homem demitiu o Falcão em menos de 90 dias? Pra não pagar a rescisão?), podemos ter algum vislumbre do que está pensando Dungo na casamata, pois quem pensa, pensa melhor parado!



Após algumas experiências, Dungo está consolidando um meio-campo em losango, liberando Forlán e Damião para movimentar-se no ataque, sem muitas obrigações que lhes cerceariam as liberdades das qualidades. O meio começa por um volante marcador. Ficando a disputa entre Ygor, Aírton e Josimar (apesar deste último ter se aventurado na segunda posição do meio-campo nos últimos jogos que participou). Depois temos dois centro-médios moventes, com bom passe e até finalização de média distância: Willians pela direita e Fred pela esquerda. E D'Alessandro como enganche, posição que sabe fazer muito bem.
O losango do Dungo
Contra o Jumentude pudemos ver um entrosamento supimpa entra Forlán e Damião. Forlán, sem a obrigação de acompanhar o lateral, como no ano passado, move-se pelos espaços vazios por trás dos marcadores. E isso abre possibilidades, também, para Damião, que não fica mais isolado entre zagueiro e tentando dominar balões vindos da zaga colorada, enquanto tenta desviar das bordoadas dos zagueiros. Temos um ataque que mescla experiência com juventude, técnica com força, e dois finalizadores por excelência; promissor!
O esquemo do Dungo
Sobre a linha defensiva não há muito o que dizer. Muriel, Gabriel, Moledo, Juan e Fabrício. Muriel vem dando conta do recado, apesar de haver quem prefira o RAMSES na arcância titular. Falando em arco, temos la bestia na lateral-esquerda.  La bestia é útil, quebra o galho quando necessário, industrializada, mas feita em madeira-de-lei, apesar do acabamento tosco é resistente. Esperamos, no entanto, que nosso Pai-de-Santo sambista, Pai Chão, tenha colocado o Chicléber na ponta-dos-cascos. 
Arqueada e empinada
Na laterância-direita temos o arcanjo Jabriéu-Fariséu com asas gordas ao queijo ou ao alho. A falta de um Senhor das Sobras (imagina quanto come o cão do Jabriéu?) Sombras pode-lhe estar protuberando no umbigo, tanto no sentido figurado, quanto físico. E da zaga todos colorados sabem: Moledo e Juan.



Agora, até o final de maio é só jogo decisivo. A segunda fase da CoBra e os matas da Copa Faraó Pilha.
Uma taça ou duas?
Na Faraó Pilha  provável que enfrentemos o Julinho Rolha-de-Poço, fiel escudeiro gazélico, nas semis, mas, dessa vez, em posse do mando. As imorríveis pegam a pedreira do São Luiz, e depois, se passarem, podem pegar a filial jumentudina em Caxias. Na CoBra pegamos Santa Cruz, "o campeão de público de todas as divisões do campeonato brasileiro em 2011", depois só voltamos a jogar pela terceira fase da CoBra em julho, depois da CoCoon, da FIFA. Como na terceira fase ainda pegaremos times de médio pra baixo no cenário nacional (Gurupi-TO, Volta Redonda-RJ, América-MG ou Avaí-SC), só uma zebra das brabas pode nos colocar na Sudamericana. Passadas estas fases iniciais da CoBra, vêm as oitavas-de-final, com sorteio para definir os cruzamentos, e inclusão dos clubes que disput(ar)am a Libertadores.
— Vem cá, Djamarro, a rádio UFRGS saiu do ar e eu queria tanto ouvir o Boletim Astronômico...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Ecce Gambá


Hemos aqui a primeira contribuição do Nederson Koehler, vulgo "Ministro", como colunista do buteko (ブテコ). Trata-se dum posto "zooetilicomológico" que, em meio a moléculas de carbono-12 e 13 (e quiçá 14!), bem como sob o efeito alucinoracular de incertos gases com presença de tióis, tanto elucida quanto perspectiva proseliticamente questões de suma importância aos apreciadores do pão-líquido nosso de cada dia (e de cada noite). Sendo leitura devidamente alcoolizada, implica atenção flutuante.

Henzébrio Saceva, seguidor da Reinheitsgebot
(sonhando com uma vaca-holandesa cervejeira)

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Por Nederson Koehler

Cerveja e Gambá

Primeiramente, o gambá é um marsupial, e de acordo com o Aulete:

(mar..pi:o) 
sm. 1. Anat. Zool. Cavidade em forma de bolsa que os marsupiais têm na altura do abdome para abrigar os filhotes recém-nascidos. [F.: Do lat. marsupium, ii.]

Informa-nos a etimologia que o Gambá procede do t
ermo tupi gã'bá, que significa "seio oco" (Wikipédia) - que é uma metáfora utilizada por nossos índios, ou seja, remete ao marsúpio (bolsa – do alemão: polsa...hehehehe) onde as fêmeas criam seus bacuris (mais um termo Tupi). 

Eis que o odor do Gambá remete ao Almíscar, que é o Mercaptano, espécie de álcool de enxofre e responsável pela defesa dos gambás.

Os gambás são animais lentos, exceto para trepar......... em árvores, e nestas são matutos, ágeis... Agora, este que vos escreve entende por que gosta de mulheres grandes! Inicialmente pensava que era somente pelo som das árvores caindo sobre a cama... opsss, das mulheres...!

Aqui fica uma questão filosófica: por que seriam tão lentos os gambás? Fica claro que é o efeito do mercaptano!!!! Sim, um álcool! Aqui está o fulcro! O bêbado está encharcado de álcool! Por isso, o termo gambá está adequado aos pinguços, que é a soma de duas palavrinhas: ping + uço (Aulete), logo, pinga +uso! Portanto, uso da pinga!

Então, agora, sabe-se porque os ébrios são chamados gambás! Outra semelhança que leva aos termos: ambos têm hábitos noturnos!

Bueno, o posto é sobre cerveja, e segundo o etimólogo Django, O Gamarro, deveria versar sobre a Pureza da Cerveja! No Brasil, é feita de aproximadamente 50% de milho!

Como este postero é um defensor fervoroso da Matutobier de barril da Estrela Vermelha, venho com este chasque esclarecedor, urdido em um momento de perfídia, afinal estou apreciando um vinho enquanto escrevo este posto e com o pensamento em Bento Gonçalves, terra de bons vinhos para degustação... Enfim, me encontro em um completo momento de insídia! Mas com o que tem acontecido com o tempo frio, estou em lealdade!

Segundamente, o problema odorífero levantado por este ministro, de nossa HNK de garrafinha e garrafão (verde)está por conta da transparência!

Isto ocorre por conta dos “isohumulones”, são compostos do lúpulo que ajudam para o sabor amarguento da cerveja, então com a radiação ultravioleta ocorre a decomposição em uma reação catalisada pela riboflavina, dando origem ao 3-methylbut-2-eno-1-tiol. Essa combinação  é aparentada quimicamente aos “mercaptanos – o cheiro do GAMBÁ!

Seria a transparência das garrafas a responsável pelo odor da cerveja produzida aqui? Do que li a respeito, posso afirmar que NÃO! Por quê? Esclarecendo:

Metodologia: Degustação.

Tempos atrás as latinhas de Estrela Vermelha vinham da Holanda! Lata... sem transparência, cerveja sem odor! Fato comprovado!

Barril de Estrela Vermelha, sem transparência, sem odor, pão líquido vindo da Holanda! Muito bom! Excelente!

Ainda! Tempos atrás, as garrafas de 750 ml de Estrela Vermelha vinham da Holanda, um pouco de cheiro de almíscar, mas era possível encarar.

A teoria do efeito ultravioleta parece se confirmar!

As Estrelas Vermelhas feitas no Brasil em garrafas têm odor muito forte, e em garrafinhas também!

Mas como pode a Estrela Vermelha em lata, agora feita no Brasil, ser tão rica em almíscar? Afinal a lata não tem transparência!!??

Posso afirmar que minhas dúvidas iriam para a matéria publicada na Folha de Bambi que afirma: muitas cervejas feitas em Pindorama têm o milho como um de seus principais ingredientes!

Contudo, da pesquisa feita pela USP, a Heineken não utiliza milho, ou utiliza muito pouco, tendo, segundo tal investigação de cunho científico, um dos maiores teores de cevada das cervejas feitas em Terra Brasilis!

Não sei se a lista de cervejas com mais cevada na figura abaixo está organizada em forma decrescente, mas se for isso, a Bavária Premium é feita com muito mais cevada que a Estrela Vermelha feita no Brasil! Sinceramente, creiam, vou conferir! ACREDITEM!
Folha de SP, 6/10/12

A dor de cabeça fica por conta desse um mísero carbono a mais...?

Vejam que a figura afirma que no Brasil as cervejas são feitas com 50% de milho e outras gramíneas!  O que se entende por isso? 





Sigo firme no BEV, mas vou conferir a Bavária Premium! Não custa buscar alternativas economicamente viáveis, e se forem de qualidades equiparáveis, e  não equinas!  Que falta faz a trema......................



Chega-se aqui a uma conclusão em forma de dúvida! Como explicar o odor da cerveja da lata de Estrela Vermelha feita no Brasil? O fato é que, na latinha, não há transparência!!!!

Como diria o Presidente”s”:


Etílica e cevadamente,

NK
MBHH – Ministro dos Bebedores de Heineken Holandesa!

BENZADEUS! (Le Ruque-Raque Blogue & The Black Tape Project)

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