quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

LEVANTANDO A BUJARRONA

Segue abaixo um texto do ilustre advogado, navegador e comentarista de escol Ciffero de Parvalho, escrito especialmente pra este blogue.
Henze.


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Levantando a bujarrona
 
As primícias de qualquer periódico ou, no caso específico, de um weblog que surge – ou ressurge –, trazem, em si mesmas, necessariamente, um espírito aventureiro, no qual se aloja, sub-repticiamente, a força para ir adiante, tanto mais intensa e corajosa quanto estiver carregada de hybris, temperada, é claro – sejamos benevolentes – por algumas pitadas de modéstia judaico-cristã.

Falar de futebol, em especial do nosso Internacional, clube fundado pelo niteroiense Poppe Leão (“A quem é nosso dever darmos glória, e é nossa salvação darmos graça”), implica estar ciente do caráter exógeno que desde o princípio instituiu o clube, qual seja, o do “estrangeiro” que, ao penetrar em terra de – como diria Saint-Hillaire – muito mosquito (e, como acrescentaria este que vos fala, algum racismo), opta por abrir a todos o clube que fundara, independentemente da cor com que a genética tenha resolvido matizar a epiderme de cada ser humano.
Faço esse intróito para justificar, dialeticamente, o espírito tranquilo e endógeno, presente em um passeio marítimo que, no final de semana, realizei pela Baía de Guanabara, rumo à ontologia vermelha mais profunda, isto é, à terra de nosso Presidente-Fundador. Em tal passeio – como se vê na foto que abre esta matéria – contei com a companhia e o estímulo de uma senhorita profundamente carmim em termos vulvares, e alva, em termos epidérmicos: uma moça inegavelmente colorada portanto, que, em seu vestido amarelo-esperança, ajudou-me a LEVANTAR A BUJARRONA com incrível facilidade.
Da viagem pelas aprazíveis águas guanabarinas, passo, aqui, metafórica e rapidamente a outro espécie de passeio, o ludopédico, que espero sejamos capazes de perpetrar sobre a malfadada equipe de três cores, frequentadora contumaz da  segunda zona do futebol tupiniquim.
O Campeonato Gaúcho, que ora adentra sua primeira etapa decisiva, serve, de um lado, como laboratório para o que se vislumbrará no futebol colorado em 2013, para que os jogadores e a comissão técnica demonstrem a que vieram; de outro, serve, reflexamente, como indicador das reais expectativas que os torcedores colorados poderão entreter para o Brasileiro que se aproxima (entre esses colorados estão, diga-se de passagem, os que dedicam seu tempo a escrever sobre o clube).

Seria indício de boa vontade e de extrema proficuidade anímica para a torcida colorada ver Dunga e seus comandados começarem, neste domingo, a navegar DE VERDADE, tranqüila e serenamente, pelas águas do bom futebol, COM VONTADE DE LEVANTAR A BUJARRONA. E sem amarelar. A única amarelada que aceito, nestas alturas do campeonato e da vida, é a moça da foto, minha nova secretária.

Maritimamente,
Ciffero de Parvalho, navegador epicurista

Pau da bujarrona do barco colorado, que deve ser mantido
 em 35º de inclinação até o final de qualquer campeonato.

BENZADEUS! (Le Ruque-Raque Blogue & The Black Tape Project)

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