Essa expressão latina, mote d'El Bigodón Nietzsche e que significa amor ao fado (e à foda), aceitação afirmativa do destino no que há de necessário e compulsório, seja isso belo e bom ou feio e mau (sobretudo se feio e mau), sem conformismo e com dignidade acima de tudo, temperança e a força de quem nunca se mixa pra nada ao mesmo tempo em que rejeita tanto a autocomiseração quanto a empáfia, enfim, "amor fati" tem tudo a ver com coloradismo.
Não esculachamos os vencidos, tampouco nos abatemos ou afetamos quando tentam nos esculachar. Sabemos aproveitar a felicidade e, caso tudo dê errado, é tipo matar no peito e bola pra frente! Nada de sorrisinho amarelo ou cara de bunda; sem ressentimento, amargura, mimimi, nhenhenhém ou chorumela. Pois, por mais diligentes, intrépidos, generosos, combativos, argutos, íntegros e benevolentes que consigamos ser, estaremos sempre sujeitos à Roda da Fortuna e suas vicissitudes (ilustrada pelo provérbio "A vida é como no cinema pornô: uma hora a gente está por cima, noutra por baixo").
Roda da Fortuna, tarô de Crowley |
Portanto, coloradagem de fé, que venha a inédita Segundona (ou Série B, como queiram), onde quase todos já estiveram; não nos intimidemos nem reneguemos o Clube do Povo, não cuspamos no prato em que tanto nos fartamos, agradeçamos por ser o que somos, nas glórias e nas desgraças, na boa e na ruim.
Mais do que nunca é hora de encararmos ataraxicamente a realidade de nossa "saison en enfer" ("estadia no inferno", sua ceva quente etc.), isto é, foda-se o malfadado presente, temos de identificar e reconhecer as cagadas (e falcatruas) a fim de reconquistar o futuro. A quem estiver fraquejando, ofereço as palavras que certa feita minha mãe me disse: Seja homem, já que teu pai não foi!
Colorada de fé à paisana |
EM TEMPO: pronuncia-se ámor fáti.
Escrevinhado no meu Xisperia iPhuck (não foi fácil).