Para tudo! Não me acordem, que eu tô ligado! O ano é 2023, o mês é setembro, mês do aguaceiro, da Semana Farroupilha e do equinócio da primavera, deixando pra trás ciclones e invernadas. Eis-nos mais firmes e fortes: a prova de que não despachamos à toa o badalado O'Ríver numa hipersuperultramegagigamemorável peleia catártico-apoteótica, sujeitos aos caprichos dos deuses que, jogando dados e dardos, se divertem às nossas custas, ora nos ajudando, ora nos cravando — sofremos e gozamos, rimos e choramos, bravamente nos estrebuchamos, tudo ao mesmo tempo sempre agora.
Agraciados, calhou de irmos jogar lá na altitude quase estratosférica da Bolívia, a fim de enfrentar os temíveis Celestes — eles com quatro pulmões, nós com apenas um: mais ou menos assim nos pintaram o quadro, restando-nos o objetivo de voltar pra casa vivos. Porém, a essa altura já nos permitíamos ir além do homem, acreditar no próprio taco e na boa sorte, turbinados pelo prana andino. Então o Saci, tendo mascado umas folhas de coca que comprou duma tia na esquina, fez a bolota rodopiar como um pião de pixels no fundo da cidadela bolivarista e daí continuar zicada a nosso favor até o apito final; e pôde ainda, logo após essa vitória histórica, dar-se ao luxo de fumar o cachimbo da paz em La Paz.
Estava dado o primeiro passo rumo às sêmis, e não foi um passo qualquer, mas um pulo! Refeitos do ar rarefeito, faltava (com a licença do lugar-comum) carimbar o passaporte no Bêra — a despeito dos fantasmas, dos secadores, da RéBi$, dos influenzers (sic) e pseudocolorados, do gás-pimenta lançado de graça pelos robocops na rua (causando inclusive a paralisação da partida por alguns minutos), do penal que ninguém no relvado ou na tribuna viu (mas que Varjinha captou com um delay dalguns anos-luz, porquanto tarda mas não falha) e que Rochot defendeu; etc. etc. etc... Não deu outra! Mais dois balaços do matador Ennerval, pra assombro dos possíveis adversários. Chupa, que é de uva! Senta, que é de menta!
Segue o Enner |
Neste momento de quase êxtase, a sensação da nossa torcida (assim avalio) é um misto de alopração e alheamento — algo talvez parecido com os efeitos do gás hilariante aka óxido nitroso, o qual a brigada e suas cavalgaduras deveriam experimentar. Àqueles/as coloradas/os que não estão se permitindo sonhar, vale a dica do Coudot na entrevista pós-classificação: não fiquem esperando trarrédia, parem de consumir mierda, sintonizem coisas buenas. O sonho que sonhamos juntos não é viagem, porque a gente pode (e vai) chegar lá! Faltam "só" três xócus. Se der, deu; se não der, fudeu (tem de ter culhão também pra isso). "Quem é, é; quem não é, deixou de ê!"
Em suma, é preciso mandar as merdas à merda, i.e. puxar a descarga sem olhar (senão toca a música-tema: Everytime You Go Away aka Melô do Cocô), em vez de tentar transformá-la em ouro — a Alquimia colorada não se rebaixa a esse nível, queremos nada menos que a pedra filosofal e o elixir da longa vida pra faturar o Santo Graal! Sereeemos campeõões! (Don't Stop Believin')
Ah, eu ia quase me esquecendo: e o Varzileirão? Bora subir na tabela periódica!
P.S.: Phluzinho no caminho.
P.S. ii: Estagiário colorado confirmou as coordenadas espaçotemporais; nosso correspondente Dom Ciffo fará a cobertura do confronto de ida.