Africano de barrete frígio |
É plausível que sim. Conjeturo que tenha adentrado na África a partir da Frígia, reino da Antiguidade situado no Centro-Oeste da Anatólia, atual Turquia (ver nota no final). Desse povo ficou célebre um adereço (vulgo "acessório") que cobria a cabeça de Páris (filho do rei troiano Príamo) e depois adotado no Império Romano pelos prisioneiros persas (Mitra, divindade da Pérsia, já no séc. XVI A.C. aparecia com ele, assim como os Reis Magos, nos quais simbolizava a magia) e em especial pelos escravos manumissos (i.e. alforriados), representando a LIBERDADE.
Barrete frígio |
Curiosamente, gorro semelhante é usado pelos Smurfs (Les Schtroumpfs); só o Papai Smurf usa o vermelho em vez do branco...
A digressão acima, que coloca em perspectiva horizontes remotos, pode parecer apenas encheção de linguiça, mas tem tudo a ver com a origem, a história, os ideais e a alma da Academia do Povo. E o seu avesso caracteriza nosso arquirrival, o clube da segregação e da soberba, com o qual mais uma vez nos defrontaremos neste domingo (pela 396ª vez). A peleia tem como palco o Centenário, nossa casa provisória.
Marianne em versão 'sex appeal' |
NOTA:
Frígia, antiga região do centro da Ásia Menor, ao Sul da Bitínia, que devia seu nome aos Brígios ou Bébrices, horda de Pelasgos da Trácia. Esta região dividia-se em Pequena e Grande Frígia; cidades principais: Icónio, Cízico, Lâmpsaco, Abido, Tróia, Górdio, Ancira, Pessinunte, célebre pelo culto de Cíbele. Os Frígios, cujas artes floresciam e cujo país era duma grande riqueza, repeliram os Hitidas; mas, no fim do séc. VII, Midas, seu último rei, viu os seus estados devastados pelos Cimérios. Conquistada por Creso, rei da Lídia, passou para o domínio dos Persas, dos Macedônios, dos Gálatas e por fim dos Romanos." (Lello Universal)