◄ SÊMUS LA REXISTÂNCIA ► S.C. Internacional ● Inter ● Colorado ● Academia do Povo ● Rolo-Compressor ● Celeiro de Ases ● Orgulho do Brasil ● Peão de Tudo ● Clube do Povo ● Interzão ● ►PAREM DE NOS ROUBAR! ►STOP ROBBING US! ►¡DEJEN DE ROBARNOS! ►ARRÊTEZ DE NOUS VOLER ! ►HÖRT AUF, UNS AUSZURAUBEN! ►SMETTETELA DI DERUBARCI! ►ΣΤΑΜΑΤΉΣΤΕ ΝΑ ΜΑΣ ΛΗΣΤΕΎΕΤΕ! ►BIZI SOYMAYI BIRAK! ►ХВАТИТ ГРАБИТЬ НАС! ►DESINETE NOS SPOLIARE! ►NU NE MAI JEFUIȚI! ►SLUTT Å RANE OSS! ►STOP DI ATRAKA NOS! ►LÁRGANOS DI RUPIÁRI!◄
Há uns trinta dias, envoltos em "Lindos Sonhos Dourados" (ui!), escalávamos o Everest e, prestes a chegar no acampamento 4 (o último), já projetávamos atacar o cume, i.e. a antecamâra do paraíso. Todavia, um passo em falso com a guarda baixa nos jogou pra fora do ringue, e caímos na real, desatinados. Numa fração de segundo, passamos das grandes expectativas às grandes apreensões. Sem tempo pra lamber as feridas (ou ferir as lambidas) — porque logo adiante tínhamos de duelar com o arqui-inimigo no deserto — reerguemo-nos e fomos pro pau: saímos vitoriosos! mas essa alegria toda não chegava a ser euforia, porque esta tinha ficado lá atrás, e o travor da bílis negra aka atrabílis (melancolia*) ainda se fazia sentir, e a força gravitacional nos puxava pra baixo; despercebidamente, começamos a flertar com o báratro (no horizonte, o Apocalipse)... Da utopia à distopia, prevaleceu a entropia.
Em meio a percalços, armadilhas e emboscadas, o andar ficou cambaleante. Será que batemos a cabeça? A birita pegou? Ou tomamos o remédio errado? E o livre-arbítrio (liberum arbitrium)**, não passa de ilusão? Temos escolha diante de tantos escolhos?
** Livre arbítrio, Mor.: É primordial distinguir liberdade e livre arbítrio. A liberdade tem acepção mais indeterminada, mais ampla e mais funda. Pode assim falar-se de uma liberdade divina e, mais modernamente, de uma liberdade potencial no seio da Natureza. (...) O livre arbítrio é uma determinação específica da liberdade, circunscrita ao homem e à consciência humana. Tem carácter subjetivo, está ligado à mais profunda intuição ou instinto, e supõe necessariamente escolha e opção. (In B.I., nº 27, II Série, 1973, da F. C. Gulbenkian.)
Livre arbítrio: 1. O poder de fazer escolhas sem constrangimentos, o que inclui a capacidade e possibilidade para iniciar ações. 2. A fonte da convicção de que, das as mesmas circunstâncias, o sujeito poderia ter agido de outra maneira. 3. A fonte do poder de desejar algo e dirigir energias na direção almejada, para poder realizar o alvo que teve (ou tem) em mira. 4. A fonte da convicção de haver vias de ação alternativas abertas a todo momento, sem que nenhuma delas seja vedada.
Livre arbítrio e determinismo: O primeiro afirma que a pessoa pode escolher, optar de acordo com a própria vontade, enquanto para o segundo, todos os acontecimentos, inclusive as ações humanas, são predeterminados. Tudo o que acontece, acontece com absoluta inevitabilidade.
GILES, Thomas Ransom. Dicionário de filosofia: termos e filósofos. São Paulo: Epu, 1993, 262p.
livre-arbítrio: Faculdade que tem o indivíduo de determinar, com base em sua consciência apenas, a sua própria conduta; liberdade de escolha alternativa do indivíduo; liberdade de autodeterminação que consiste numa decisão, independentemente de qualquer constrangimento externo mas de acordo com os motivos e intenções do próprio indivíduo. Desde Sto. Agostinho, passando pelos jansenistas e luteranos, o livre-arbítrio tem sido tema de grandes polêmicas em teologia e em ética. Oposto a determinismo. Ver jansenismo, liberdade.
JAPIASSÚ, Hilton & MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990, 265p.
Por exemplo: escolhemos torcer pra determinado clube, ou somos levados a escolhê-lo — o que prevalece? Ou é algo que acontece assim no mais? Seja como for, nesse caso específico se trata duma “escolha” que, uma vez consumada, não permite desescolha; aliás, dá pra dizer que o escolhedor ou escolhido sempre foi assim e não assado, desde antes de nascer, e não quererá ter sido diferente. Daí quem sabe um dia cantará no meio da torcida:
— Sou... sou colorado até morrer!... Não importa o que acontecer... pra cima delas, meu Inter!... Vamos lutar, vamos vencer! (Cf.vídeoref. brenau 424.)
Que os reveses nos deixem mais resilientes, fanáticos e obstinados! (Pra que o saldo seja cada vez mais positivo.)
O tempo é uma flecha curva, igual o arco que a dispara, e atravessa múltiplos alvos. Quando andamos pra frente, na verdade estamos indo pra trás — não de ré, mas de frente mesmo. Do futuro ninguém se lembra, embora ele vá se repetir no próprio passado, o qual está sempre vindo a nosso encontro à medida que o dito futuro vai-se indo enquanto caímos pra cima, tudo envolto num silêncio ensurdecedor que ninguém vê porque a luz alta de noite nos ofusca na combinação variante de sonho e realidade, sono e vigília, razão e devaneio, consciência e alienação, memória e amnésia, cosmos e anticosmos, corpo e anticorpo, matéria e espírito, ordem e caos,zero e um, yin e yang, etc.
Estas linhas que estás lendo e das quais não te recordas, já as leste e lerás infinitas vezes, tal como eu já as escrevi e escreverei noutros tantos instantes únicos, dos quais tampouco me lembro ou lembrarei. Cada um desses repetidos "Eus" e "Tus" conta com os seus próprios mesmíssimos pretéritos do futuro e futuros do pretérito que se sobrepõem aos demais numa constante onipresença, como se fossem os átomos ou bits de Deus ex-machina. O futuro é sempre passado de si mesmo e vai repetir-se como presente, sem tirar nem pôr.
O que quer que aconteça, estará inescapavelmente se repetindo ad infinitum. Quanto a nós, meros cocôs-de-mosca-na-vidraça do Universo, vivemos a mesma reencarnação em looping (como personagens dum filme), entremeada por limbos transubstanciais; quer gostemos disso ou deixemos de gostar, estamos eternamente retornando ao mesmo, like a virgin de verdade — e não como aquela da cena de abertura do Cães de Aluguel / Reservoir Dogs (cf.2º póstch de maio no Ludopédio) — i.e.cabaçosdesmemoriados a quem no máximo é lícito gozar um déjà-vu de vez em quando. Resta-nos a convicção de que podemos investir no futuro e o consolo de que o que tiver de ser, será (até porque já o foi). Não existe além nem aquém: somente o aqui-e-agora, hic et nunc. Nada nunca é sempre tudo, e vice-versa. Pelear e chulear — de preferência rindo e dançando como um demônio ambivalente.
O melhor é não ter nascido; mas, visto que nascemos, então o melhor é morrer quando calhar, vivendo de modo que desejemos reviver tudo de novo outra vez: eis o imperativo categórico (e paregórico) na doutrina do Eterno Retorno do Mesmo (Die Ewige Wiederkunft des Gleichen), marmita dos pitagóricos, estoicos e neoplatônicos requentada pelo negão Nietzsche e seu avatar Zaratustra (Zara pros íntimos)*. Parece fácil, mas não é — pelo contrário, implica erguer "O mais pesado dos pesos"**, factível pelo exercício da Vontade de Phoder ou de Phodência/Putência (Wille zur Macht) dionisíaca e telêmica. Somente através dessa aceitação afirmativa e transformadora o vivente suplantará o niilismo passivo de "querer pra trás" dentro da Matrix (um autoplágio recorrente) e quebrará o Feitiço do Tempo.
* Há dois aspectos na doutrina do Eterno Retorno/Refluxo: o cosmológico, que pende pra retórica; e o experiencial, que pende pruma espécie de eudemonismo (cf. tb.eudaimonia) e amorfatismo (de Amor Fati: Amor ao Fado, anagramaticamente à Foda, remetendo ao francês je-m'en-foutisme, i.e. tô-pouco-me-fodentismo,dicionarizado como tanto-se-me-dá-como-se-me-deu e indiferentismo, sinônimo de je-m'en-fichisme, i.e. tô-pouco-me-lixandismo
ou tô-nem-aísmo; porém, a "indiferença" do Amor Fati nietzschiano é ardorosa).
** Cf.§341 deA Gaia Ciência — in: NIETZSCHE, F.W. Obras Incompletas, coleção Os Pensadores 3ª ed. Abril Cultural 1983, trad. Rubens Rodrigues Torres Filho; peidéfi ed. Nova Cultural 1999 p.193; atualmente pela Editora 34.
O próprio negão Zara nunca esteve nem estará em nenhum lugar que não tenha estado ou esteja ou venha a estar — é inquilino de seus espaços-tempos, como se estivesse sempre em todos e nenhum de seus lugares, alhures e nenhures, tão vivo quanto morto (mais ou menos como o "Gato de Schrödinger", citado e lincado no póstch de agosto). A diferença é que ele personifica a superação de si mesmo através do Etorno Reterno (a exemplo de Odisseu, que não para de retornar a Ítaca).
Assim falou Henzetustra
(eternamente retornando — do e ao Beira-Rio num pé de vento).
ATENÇÃO: o texto em tela constitui uma abordagem livre e pouco séria.
DICA de leitura (além dos linkssupra): artigo de Scarlett Marton, disponível no IMS e na USP (originalmente publicado em Nietzsche, uma Provocação, coord. Christoph Türcke, Ed. UFRGS & Goethe-Institut Porto Alegre 1994).
Para tudo! Não me acordem, que eu tô ligado! O ano é 2023, o mês é setembro, mês do aguaceiro, da Semana Farroupilha e do equinócio da primavera, deixando pra trás ciclones e invernadas. Eis-nos mais firmes e fortes: a prova de que não despachamos à toa o badalado O'Ríver numa hipersuperultramegagigamemorável peleia catártico-apoteótica, sujeitos aos caprichos dos deuses que, jogando dados e dardos, se divertem às nossas custas, ora nos ajudando, ora nos cravando — sofremos e gozamos, rimos e choramos, bravamente nos estrebuchamos, tudo ao mesmo tempo sempre agora.
Agraciados, calhou de irmos jogar lá na altitude quase estratosférica da Bolívia, a fim de enfrentar os temíveis Celestes — eles com quatro pulmões, nós com apenas um: mais ou menos assim nos pintaram o quadro, restando-nos o objetivo de voltar pra casa vivos. Porém, a essa altura já nos permitíamos ir além do homem, acreditar no próprio taco e na boa sorte, turbinados pelo prana andino. Então o Saci, tendo mascado umas folhas de coca que comprou duma tia na esquina, fez a bolota rodopiar como um pião de pixels no fundo da cidadela bolivarista e daí continuar zicada a nosso favor até o apito final; e pôde ainda, logo após essa vitória histórica, dar-se ao luxo de fumar o cachimbo da paz em La Paz.
Estava dado o primeiro passo rumo às sêmis, e não foi um passo qualquer, mas um pulo! Refeitos do ar rarefeito, faltava (com a licença do lugar-comum) carimbar o passaporte no Bêra — a despeito dos fantasmas, dos secadores, da RéBi$, dos influenzers (sic) e pseudocolorados, do gás-pimenta lançado de graça pelos robocops na rua (causando inclusive a paralisação da partida por alguns minutos), do penal que ninguém no relvado ou na tribuna viu (mas que Varjinha captou com um delay dalguns anos-luz, porquanto tarda mas não falha) e que Rochot defendeu; etc. etc. etc... Não deu outra! Mais dois balaços do matador Ennerval, pra assombro dos possíveis adversários. Chupa, que é de uva! Senta, que é de menta!
Neste momento de quase êxtase, a sensação da nossa torcida (assim avalio) é um misto de alopração e alheamento — algo talvez parecido com os efeitos do gás hilariante aka óxido nitroso, o qual a brigada e suas cavalgaduras deveriam experimentar. Àqueles/as coloradas/os que não estão se permitindo sonhar, vale a dica do Coudot na entrevista pós-classificação: não fiquem esperando trarrédia, parem de consumir mierda, sintonizem coisas buenas. O sonho que sonhamos juntos não é viagem, porque a gente pode (e vai) chegar lá! Faltam "só" três xócus. Se der, deu; se não der, fudeu (tem de ter culhão também pra isso). "Quem é, é; quem não é, deixou de ê!"
Em suma, é preciso mandar as merdas à merda, i.e. puxar a descarga sem olhar (senão toca a música-tema: Everytime You Go Awayaka Melô do Cocô), em vez de tentar transformá-la em ouro — a Alquimia colorada não se rebaixa a esse nível, queremos nada menos que a pedra filosofal e o elixir da longa vida pra faturar o Santo Graal! Sereeemos campeõões! (Don't Stop Believin')
Ah, eu ia quase me esquecendo: e o Varzileirão? Bora subir na tabela periódica!
Eighties Music... but it has been turned medieval! (medieval covers)
P.S.: Phluzinho no caminho.
P.S. ii: Estagiário colorado confirmou as coordenadas espaçotemporais; nosso correspondente Dom Ciffo fará a cobertura do confronto de ida.
Dando continuidade à reabertura dos trabalhos no Buteko Às Moska's (cf. o Comunicado do Saci e o póstch Cintas-Ligas do Djamarro), adentramos o mês de agosto cheios de expectativas e apreensões. Coudot aka Cudêncio retornou ao Beira-Rio quase como um filho pródigo, dizendo-se em dívida com a torcida et caetera e tals, imbuído da missão de transformar a gata borralheira em cinderela. Os dois embates de estreia não foram muito animadores, apesar da mudança de atitude, sob o aspecto anímico e tático, um futebol que chamam de "propositivo", com uma pegada que abomina o acadelamento e acredita no próprio taco; o fato de termos levado uma paulada anteontem (29/7) dentro de casa não muda em nada a convicção de que mudamos pra melhor — ou melhor, de que vamos melhorar, de que saímos dum estado de zumbificação e estamos convalescendo a passos largos.
O único porém é que não temos tempo pra isso! Já no primeiro dia do mês (amanhã!), entraremos em campo inimigo pra enfrentar ninguém menos que O'Ríver aka Mijonários, atual campeão argentino, valendo vaga nas quartas da Libertas-quae-sera-tamen... O fato de termos ficado entre os primeiros na fase de suingue apenas significa que decidiremos a parada em casa, porque de resto estamos naquele papel que aliás costuma nos cair bem: o de azarão! Nosso lado humilde (pra não dizer "realista") aspira voltarmos vivos, i.e. não deixarmos que a peleia da volta se resuma a nos pregarem a tampa do esquife. Em contrapartida, nossa natureza sacicesca pode muito bem surpreender — quem sabe o 13 não desencanta!? Enfim, só não vale entrar cagado.
Além do matamata-sem-mamata, temos a sequência do Varzileirão, da 18ª à 22ª rodada, quase que só pedreira. O agravante fica por conta da posição pouco confortável na tabela periódica: 12ª com 23 pontos, a 8 da famigerada zona.
Resuminho do resumão: adentramos o mês de agosto, dito "del perro loco", como o Gato de Schrödinger— morto e vivo ao mesmo tempo.