segunda-feira, 24 de junho de 2013

Imperrador

Adriano nasceu a 117 D.C. duma boa família na Italica (atual Espanha) e teve a liga de ser primo segundo por parte de mãe do Trajano, que lhe foi dando uma força sempre que pôde, principalmente após ter ascendido ao trono. Tanto que o designou como seu sucessor pouco antes de dar o último suspiro (na real, dizem que foi a mulher dele, Plotina, quem abraçou a causa do sobrinho, forjando a parada). A primeira providência do Adriano Imperador foi mandar pra banha quatro bambambãs do Senado, dentre os quais certo príncipe mouro e comandante militar. Nisso ele já botou banca e deu o tom do novo regime. Resolveu escantear a política expansionista de seu antecessor. Pra tanto, além da diplomacia, optou por fortificar as fronteiras, detonando a ponte do Danúbio e construindo a "Muralha de Adriano" (entre Inglaterra e Escócia). Manteve a ocupação da Transilvânia, naturalmente resguardada pelos Cárpatos.
Tendo recoisado a administração, passou a viajar bastante pelos domínios do Império, mas não a passeio: ordenou um monte de obras por onde passava, tais como templos, pórticos, estradas, fortificações, banhos públicos, lupanares e infraestruturas em geral (tipo o Comitê da Copa).
Ao mesmo tempo em que sacava de estratégia militar, era um cara letrado e fileleno até debaixo d'água. Já na Capital havia reconstruído o Panteão e feito o Templo de Vênus e Roma; daí mandou completarem o Templo de Zeus em Atenas, cidade por ele favorecida sob todos os aspectos. Essa mania, porém, lhe rendeu uma baita dor de cabeça, pois inventou de reconstruir Jerusalém (que Tito destruíra em 70 D.C.) como uma cidade grega; diante disso, liderada por um tal de Bar Kochba, a judeuzada que já andava chiando armou sua última e mais ardida revolta contra o Império. Após dois anos de desgastantes combates, as legiões botaram todo mundo pra correr. No ano 131, a cidade virou Élia Capitolina, uma estátua de Zeus foi erguida no lugar da antiga sinagoga, e junto ao Gólgota ergueu-se um templo à Afrodite; a província da Judeia foi rebatizada como Palestina — por conta dessa paganização e mais um pouco, o Talmude se refere ao conflito como "guerra do extermínio" (de fato, a faceta política do judaísmo só voltou no séc. XIX, como sionismo).
Adriano bateu as botas a 10 de julho de 138 em Roma; depositaram seu corpo sob fiança num mausoléu que viria a ser o Castelo de Santo Ângelo.