quinta-feira, 9 de maio de 2013

Ordem no Galinheiro

Salvo engano ou exagero, a notícia do Inter considerada mais digna de nota nesses dias de ressaca que se sucederam à conquista do Gauchonga foi fornecida pelo ténico Dungo. Trata-se de seu descontentamento em relação ao vídeo dos "bastidores da conquista" (inserido à pedido do Djamarra no posto anterior), onde ele, agradecendo ao círculo de jogadores no vestiário do Centenário, faz referência ao nosso Estado como o "galinheiro" no qual é preciso pôr ordem primeiro, e onde se vê a seguir o capitão Dalessandro em bom portunhol discursar e fazer mea culpa sem calção (só com a comprida camisa de jogo); pra fechar, um fade out nas primeiras palavras do Pai Nosso, rezado em uníssono pelos presentes. Nada de mais, a meu ver — apenas um daqueles videozinhos que a assessoria de imprensa costuma divulgar. 
Mas Dungo se manifestou diferentemente: considerou-o uma invasão de privacidade, ao que a dita assessoria tornou-o "Privado" no Youtube, isto é, bloqueou o acesso pelo público. Nisso, quase todo mundo já tinha assistido. Mas foi daí que o vídeo despertou mais interesse. Exagerou o Dungo? Errou a assessoria? Pra mim, nem uma coisa nem outra. Achei até hilário o ocorrido. De certa forma, concordo com o Dungo: aquela falação era coisa interna, momento deles; o formato dos "bastidores" deveria ter sido outro. Quanto à metáfora do "galinheiro", eufemismo pra "puteiro", é isso aí mesmo: requer ordem, autoridade, alguém que mande e seja respeitado, que não fique cheio de dedos com as galinhas, vestido de apicultor, com medo de levar bicada. 
Aliás, é bem isso o que Dungo tem feito desde sua chegada no Inter: botar ordem no galinheiro. Pelo visto, fechou e mobilizou o grupo, formou um núcleo focado em ganhar jogos e títulos. Quem não se enquadra nem dá resposta é colocado em banho-maria ou escanteado. Ao mesmo tempo, inclusive após o título do Estadual, ele vem insistindo com a Direção sobre a necessidade de reforços pontuais, com qualidade pra chegar e jogar de titular, e que tenham o seu aval. Porque só na base da motivação não se vai muito longe. Tampouco um grupo inchado ajuda — pelo contrário, só serve pra dar mais trabalho e sangrar os cofres. Temos muitos jogos e adversários fortes pela frente. O Brasa começa em seguida, um campeonato tanto longo quanto complicado; não dá pra esperar o returno e daí tomar providência: tem de arrancar bem. Sem falar que há a CoBra e, em caso de desclassificação precoce, a Shula. E, se participamos duma competição, é com vistas de levantar o caneco.