segunda-feira, 1 de abril de 2013

Rumo a Rio Branco

Agora à tardinha a delegação colorada descolamos rumo à capital do Acre, a mais de 4 mil quilômetros à noroeste de Porto Álacre, lonjura essa que lembra o quão grande é esse Brasil, que rima com 1º. de abril, aliás a legítima data de sua descoberta (por conta da relatividade temporal daquela época e das dificuldades de comunicação, ou talvez devido a uma rasura ou adulteração, foi registrado o 22 deste mesmo mês como sendo a data oficial; até o ano há quem alegue ter sido arredondado...). A aterragem no Aeroporto Internacional  cujo nome homenageia o gaúcho Plácido de Castro, natural de São Gabriel, que em 1903 liderou a proclamação desse Estado como independente (pertencia à Bolívia e encontrava-se dominado por seringueiros nordestinos), no que ficou conhecido como Revolução Acreana — dar-se-á a altas horas de terça-feira (8h e ½ de viagem, inclusive 2h e ½ em Congressópolis), momento em que o comandante da aeronave terá lembrado aos passageiros pra recolocarem os ponteiros dos seus cebolões no horário de verão (o fuso é de uma hora a menos). 
Não vou entrar em detalhes da nossa logística (p.ex. a nutricionista foi antes pra acertar os detalhes do mingau etc.), tampouco sei o custo de toda a função (a Cebedéfi banca míseros 5 contos ao clube visitante). Só digo que o Inter pegou indicação do hotel com o pessoal do Cruzeiro e conseguiu que a gerência providenciasse um espaço pras refeições no mesmo prédio dos quartos, a fim de poupar os atletas do risco de atravessar a rua pra chegar ao refeitório oficial. Apesar do exotismo aparente, acredito que ninguém terá problema de comunicação nessa Unidade Federativa (os turistas franceses p.ex. decerto geram confusão ao falar L'Acre), a primeira na ordem alfabética. 

Ah, o motivo da viagem, que menciono a título de registro, já que é sabido e ressabido mesmo pelos mais desligados dentre os habitués (vulgo butekeiros), é a estréia, ou melhor, a estreia do Inter na Copa do Brasil (convencionada no blogue como CoBra 2013). Trata-se da maior edição desse campeonato, com nada menos do que 80 participantes e a novidade de poupar as três fases iniciais aos clubes que ora disputam a Libertas, com exceção do São Bambi (buscará o bi da Shulamericana), que deu lugar ao Vashquin (5º colocado no último Brasileirão), assegurando-lhes assim entrarem direto nas oitavas . Tem início nesta quarta-feira e termina em 27 de novembro, ou seja, quando o Brasa estiver nos finalmentes. Outra peculiaridade do régulamento é que oito  de quinze da clubes Série A e de quatro da B (conforme colocação no Brasa 2012) que jogam a Cobra desde a primeira fase participarão da Shula se caírem antes das oitavas (portanto vários clubes da elite terão de se desdobrar em duas de três competições). Persiste a regra de, nas duas primeiras fases, o visitante eliminar o jogo da volta se vencer por 2 ou mais gols.
Li argumentos dalguns torcedores de que seria melhor cairmos fora da Cobra pra pegar a Shula. Abstenho-me desse "dilema", pois não consigo ser pragmático assim, isto é, vou torcer pro Inter ganhar todos os confrontos, de preferência eliminando os dois primeiros adversários já no jogo de ida. Outra coisa que vi sobre conflito de competições foi na entrevista concedida pelo Fernando Kiarvalho (vulgo Fernandinho Beira-Rio) Fernalho Carvando ao tablóide-mor da Rébis semana passada (me nego a conspurcar este texto com a respectiva hiperligação): disse ele que, no segundo semestre, o Inter teria de escolher entre a CoBra (ou a Shula) e o Brasa, na linha do "Quem quer tudo, tudo perde" ("Avidum sua saepe deludit aviditas", i.e. "O ávido se ilude pela própria avidez", Fedro, Fábulas, Liv. I, fab. IV — na minha tradução: "Sua avidez amiúde delude o ávido"). Aí a questão não é bem do mesmo tipo, pois diz respeito à possível ou suposta necessidade de priorizar uma das competições; tudo dependeria da nossa situação na tabela de pontos "escorridos" (lavra do Seu Senomar). Mas não dá pra negar que os confrontos de mata-mata teriam forte apelo ao clube e ao torcedor. E nem é preciso perguntar qual caneco queremos mais (alguém aqui não prefere o Brasa?); a questão é outra, e o busílis dependeria de vários fatores. Seja como for, parafraseando a sentença de Sileno a Midas: o melhor é não ter nascido (citação completa: ei-la); como isso é impossível, o melhor é pelear e vencer.
O Rio Branco FC, alcunhado Estrelão, atual tricampeão acreano (ou acriano, tanto faz) e nosso primeiro adversário, também veste vermelho (como o União Rondonólis, contra quem estreamos a última Cobra da qual participamos, em 2009, com derrota de 1 a 0 na ida e vitória suada de 2 a 0 na volta) e manda suas partidas na "relativamente moderna" Arena da Floresta (inaugurada no mítico 17/12/2006, em vitória do Rio Branco por 2 a 1 contra a selecinha subvinte, da qual Murriéu era o camisa 1 e por isso ganhou uma placa como o 1º. arqueiro a ser vazado lá)  estádio que, apesar do nome, não tem plantação de batata nem nada que lembre a Arena 36.

Mais detalhes, divulgados pelo site colorado: aqui.

Conheça os significados da palavra acre.