PÓS-PELEIA
Nem tenho o que comentar sobre o empate técnico com a Lusa porque não assisti, apenas ouvi o final do 1º.t e a metade do 2º. Pelo que o pessoal da Guaíba comentou no intervalo, só o adversário tinha jogado, e ficamos no lucro por ter encaixado o contrataque do gol de poronho do DH aos 24'. Depois, a decepção esperada e anunciada: Canhete ainda antes dos 10' do etapa final, devolveu de peixeinho. Murriéu pode não ter tido culpa, mas a ousadia em ser vazado fez com que minha tolerância se esgotasse. E o poste nos salvou logo a seguir. Por sorte, o juizeco viu o tabefe que Ferdinando desferiu na face do Uíliams e nos deixou com um a mais, com o que pudemos segurar o "ponto fora de casa" conseguido à base dum lance casual que se sobrepôs à inépcia e à falta de atitude dominantes.
Seja como for, pouco adianta ficarmos lamentando e chovendo no molhado. Ainda temos uma rodada antes da providencial pausa da Copederações — contra a Raposa na Arena do Jacaré, ou seja, alta probabilidade de terminarmos essas 5 primeiras rodadas com aproveitamento de míseros 33%.
Ontem foi apresentado Jenrique, talvez ainda fechem com Júlio Baptista ou coisa que o valha... Damien nem conto mais. Outrossim, teremos a recuperação do Canedus. Talvez haja boa resposta do Dá-tolo, que entrou faltando 10 min no lugar do Tavin, o duplo da desencantada Mourisca hoje. São alentos que nos possibilitam terminar o ano com um mínimo de dignidade e saúde. Dungo depende dos resultados, ao contrário do paquiderme invertebrado que preside o clube e de seus vices da chonga na milonga.
A luta continua, companheirada! Era isso.
Ata da brochice: aqui.
Farbício ainda não logrou converter o seu potente chute a longa distância |
PRÉ-PELEIA
Este jogo no Canindé é tido como o da "reabilitação" colorada após o tropicão da última rodada. Aliás, os anfitriãos pensam parecido, uma vez que perderam na estreia e deixaram a vitória escapar na 3ª. rodada, ambas fora (a 1ª. foi adiada); e esta será sua primeira partida como mandantes no Campeonato.
Se temos o retorno do Uíliams "Pitbull", à ausência do Damien se soma a de Furlã.
Pro lugar do primeiro, nenhuma dúvida: é Rafa Mourisca de novo, que segundo o UOL Esportes "não marca há mais de 80 dias [o mesmo período gasto pelo balão de Jules Verne pra dar a volta ao mundo], mas é único centroavante disponível no Inter", e pra reforçar essa afirmação escalaram-no duas vezes (quadro abaixo). Portanto, não é "Hymen e mais 10", como eu pensava: é "(Hymen X 2) + 9" (ou até RM² + 9). De lambuja, está solucionado o dilema ou mistério sobre qual o substituto do uruguaio: nem o gurizão Máique (candidato a xodó), nem Vitojúnio (em baixa...), tampouco Djiuberto (o atacante que só faz gol em atmosfera modificada), muito menos Caciano (com cuja cara o técnico dizem não ir muito).
Hymen-Fóton |
A capacidade de dois corpos — mais especificamente os átomos, bem como as partículas subatômicas (e.g. elétrons) e as elementares (e.g. fótons) — existirem em dois lugares ao mesmo tempo foi postulada há uns 80 anos pela Física Quântica e corroborada experimentalmente inúmeras vezes. Em escalas ordinárias, porém, a Ciência ainda carece duma demonstração satisfatória pro Princípio da Superposição. Deixando-se a gravidade e outros impeditivos de lado, qualquer objeto poderia ser vislumbrado em dois lugares ou estados simultâneos, mais ou menos como o paradoxo do gato de Schröredinger, morto e vivo a um só tempo. É como se um bêbado enxergasse a mesma coisa em duas situações distintas. E se esse bêbado visse a si mesmo fazendo outra coisa? Daí estamos remetendo ao fenômeno do Doppelgänger, apontado nas lendas germânicas, objeto de investigações neurológicas e grosso modo correlato parapsicológico do Princípio da Complementaridade, que por sua vez permite pensar num princípio da coexistência, ou melhor, da dupla-existência.
Doppelgänger, by Luc Melanson |
Pois bem: assim como na Ciência, o Duplo é melhor concebível em situações controladas — no caso, uma partida de futebol — evitando também o efeito colateral das implicações jurídicas. Não por acaso — devido a suas características, ao seu momento e às circunstâncias do time — coube ao codinome Odalisca a chance de personificar logo mais o seu duplo no campo eletromagnético da podosfera (vulgo ludopédio). Embora seja uma formação inusitada e que nem sequer foi treinada, espera-se que a criatura faça valer em dobro a sua individualidade, que sintonize com os companheiros, ludibrie a defesa adversária e tenha sempre o cuidado de não ficar impedido em nenhuma de suas duas instâncias, as quais dessa forma têm tudo pra anotar um gol cada.
DH (Double Hymen) |
Outro jogador nosso capaz de se destacar hoje é o Farbício, que passou os 80 minutos finais do último jogo tentando reeditar o golaço do Ráider aos 9' — meu augúrio é que desta feita não falhará: uma bucha indefensável do meio da rua, furando a rede pelo lado de dentro!
Com esses 3 a 0 — porque Murriéu se negará a ser vazado — ter-se-á apagado a má-impressão causada pela derrota diante do Bahea no Centenário.
E já que estamos a tratar de Portugas e que mencionamos o gato de Schröredinger (quase o sobrenome do Bossinho...), permitam-me finalizar com uma anedota fictícia (sou protetor dos animais!) e meio batida que se passou no Alentejo mas que poderia muito bem ter-se passado na campanha — a ver com as frentes frias que chegam por trás:
Num dia frio de inverno em pleno Alentejo, o Joaquim chega à loja do Manuel e diz:
— Bom dia, Maneli, quero uma dessas bolsas de borracha onde se deita água quente e que serve para aqueceri a cama e manter os pés quentinhos.
— Que azari, Jaquim, hoje de manhãe vendi a última à Ti’ Maria.
— E o que é que eu faço com este frio do diabo que faz à nôte?
— Fica tranquilo, eu empresto-te o mê gato.
— O tê gato?
— Sim, o mê gato é gordinho, e tu podes colocari nos pés na hora de deitari, e vais veri como ele te vai aqueceri a nôte toda. Na próxima terça-fêra chegam os sacos de água quente, vens comprar um e devolves-me o gato.
— Tá bem. Obrigado.
Joaquim leva o gato e vai para casa.
No dia seguinte, volta com a cara toda arranhada pelo gato.
— Manel, vim devolver-te o cabrão do gato! Olha como é que ele me deixou, o filho da puta!
— Mas como? O que é que aconteceu? Ele é tão manso!
— Manso, uma porra! O funil no cu ele aguentou bem, mas quando comecei a deitar-lhe a água quente, ele ficou uma fera e arranhou-me todo, o cabrão!
(Fonte: Anedotário)
Schrödinger's Cat ("Nenhum gato foi maltratado na feitura deste vídeo")